A importância da democracia nas instituições

Muitas vezes pensamos na democracia apenas como um regime político aplicado ao Estado. Mas a verdade é que ela começa em espaços muito menores — partidos, associações, clubes, conselhos profissionais, empresas, condomínios. Se a governança interna falha nesses ambientes, como esperar que o sistema maior funcione plenamente?

A democracia interna não é apenas um ritual de votação. É um mecanismo de equilíbrio de forças, de reconhecimento da pluralidade e de legitimidade das decisões. No setor público, vemos o efeito disso quando partidos limitam a participação de seus filiados, criando estruturas artificiais que enfraquecem a representatividade. No setor privado, isso se reflete em empresas com conselhos “de fachada”, onde decisões já vêm prontas e a diversidade de vozes é sufocada.

Instituições fortes não se fazem apenas de boas intenções, mas de regras claras e processos que permitam a participação efetiva. Isso vale para partidos, sindicatos, ONGs, associações profissionais e clubes esportivos. E mais: quando esses ambientes praticam a democracia de forma autêntica, eles se tornam laboratórios vivos para a cidadania.

A democracia interna é também um vetor de ESG. No pilar da Governança, não basta prestar contas ao mercado: é preciso garantir transparência e engajamento dos próprios membros, associados e colaboradores. Empresas que aplicam esse princípio internamente criam maior confiança externa. O mesmo vale para partidos políticos: a credibilidade pública depende do quanto respeitam seus próprios filiados. Fortalecer a democracia interna é, portanto, investir em solidez institucional. É garantir que decisões não sejam apenas “legais”, mas legítimas. Sem isso, corremos o risco de perpetuar estruturas frágeis, que ruem no primeiro sinal de crise.

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